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Cão com olho vermelho: O que pode ser?

Cão com olho vermelho: O que pode ser?

Cão com olho vermelho: O que pode ser?


Cão com Olho Vermelho: Um Alerta Clínico que Vai Além da Simples Conjuntivite, Professor!

Aí está, meu jovem estudante de Veterinária! Prepare-se para uma imersão na oftalmologia canina. Quando um tutor chega à clínica com um cão com olho vermelho, você precisa entender que essa não é uma doença, mas um sinal clínico – e dos mais urgentes! O olho é um órgão de sensibilidade e complexidade incríveis, e a hiperemia conjuntival ou escleral está gritando por uma avaliação cuidadosa, que vai muito além de um colírio de prateleira.

Não basta apenas olhar para o vermelho e pensar em “conjuntivite”. Você deve agir como um detetive clínico, investigando o histórico, o ambiente e o estado geral do seu paciente. Lembre-se, a diferença entre a visão preservada e a cegueira pode ser uma questão de horas, especialmente em emergências como o glaucoma agudo. Mantenha seu raciocínio simples, direto e focado na resolução prática do problema, ok?

Olho Vermelho: Por Que a Hiperemia Ocular Exige o Nosso Olhar Clínico?

O olho vermelho, ou hiperemia ocular, é o resultado da dilatação dos vasos sanguíneos que irrigam a conjuntiva e, em casos mais sérios, a esclera e os vasos episclerais. Pense nisso como a reação inflamatória clássica. O corpo está enviando mais sangue, e com ele mais células de defesa, para a área afetada. Mas o local e o padrão dessa vermelhidão nos dizem muito sobre a origem do problema, seja ele superficial ou intraocular.

Quando você está diante de um olho vermelho, sua mente deve fazer uma rápida triagem de risco. O paciente está com dor (blefaroespasmo, piscadelas constantes)? O olho está opaco, ou a pupila está diferente? A integridade visual pode estar comprometida. A hiperemia superficial, aquela que parece um “sangramento” fino e que move junto com a conjuntiva, tende a ser menos grave do que uma hiperemia episcleral profunda, que é mais azulada ou arroxeada e não se move, indicando um problema de pressão ou inflamação intraocular, como na uveíte ou no glaucoma. É essa diferenciação que transforma um clínico geral em um profissional que salva a visão.

A chave aqui é a proatividade diagnóstica. Não fique apenas no sintoma. Você deve se perguntar: o que está causando essa inflamação? É um agente externo? É uma falha na produção de lágrima? É uma doença sistêmica que escolheu o olho como alvo? A oftalmologia é um campo onde a precisão é fundamental. Você precisa dominar as ferramentas básicas, como o teste de Schirmer para lágrimas e a coloração com fluoresceína para a córnea, que são seus bisturis diagnósticos. Sem essas informações, você estará atirando no escuro, e o paciente pode pagar com a perda da visão.

A Triagem Inicial: Diferenciando as “Bandeiras Vermelhas” Oculares

Ao receber um paciente com hiperemia ocular, a primeira coisa a fazer é separar o joio do trigo. Existem causas que são desconfortáveis, mas não ameaçam a visão a curto prazo, e aquelas que exigem intervenção imediata. Vamos começar com as mais comuns e, geralmente, menos ameaçadoras, mas que servem como porta de entrada para problemas maiores se não forem resolvidas.

Irritações e Alergias: O Trauma Simples e a Resposta Imunológica da Conjuntiva

Muitas vezes, a vermelhidão que você vê é apenas uma reação exagerada do organismo a um agente irritante. Isso pode ser uma poeira no ar, um fio de grama, fumaça de cigarro ou mesmo um produto de limpeza que evaporou e irritou a mucosa. Nesses casos, a hiperemia é geralmente bilateral e acompanhada de um leve lacrimejamento seroso, sem muita secreção purulenta.

O trauma simples também entra aqui: um cão que brincou no mato e levou um raminho na superfície ocular, ou o filhote que se coçou e arranhou levemente a pálpebra. A irritação local provoca a liberação de mediadores inflamatórios, resultando na vasodilatação que enche o olho de cor vermelha. A boa notícia é que, ao remover o agente e fazer uma boa limpeza com soro fisiológico, a tendência é que o quadro se resolva rapidamente.

No entanto, as alergias, que são respostas imunológicas mediadas por hipersensibilidade, podem ser crônicas e recidivantes. Polens, ácaros e até componentes da ração podem ser os gatilhos. Você deve usar uma linguagem clara com o tutor: “Seu cão está tendo uma reação de hipersensibilidade na conjuntiva, como se fosse uma rinite, mas nos olhos.” Isso os ajuda a entender que a condição é de manejo, e não apenas de cura rápida.

Conjuntivite Infecciosa e Não Infecciosa: Onde a Clínica Começa a Se Afunilar

A famosa conjuntivite é, pela definição, a inflamação da conjuntiva. O grande erro é tratá-la como uma entidade única. Ela pode ser infecciosa (bacteriana, viral, fúngica, parasitária) ou não infecciosa (alérgica, traumática, secundária a olho seco). A conjuntivite bacteriana, por exemplo, geralmente apresenta uma secreção mucopurulenta abundante e esverdeada ou amarelada, que gruda as pálpebras, especialmente ao acordar.

O diagnóstico diferencial é crucial. Conjuntivites alérgicas e irritativas respondem bem a anti-inflamatórios e antialérgicos tópicos. Já as bacterianas exigem a intervenção de um antibiótico tópico. Você, como clínico, jamais deve prescrever um colírio com corticosteroide (anti-inflamatório potente) se houver suspeita de úlcera de córnea, pois isso pode levar à degradação do colágeno e à perfuração ocular.

Portanto, antes de qualquer tratamento, você precisa usar a fluoresceína – é inegociável! A história clínica também é fundamental. Um cão jovem e não vacinado com conjuntivite bilateral e sinais respiratórios? Pense em Cinomose. Um cão que vive em área endêmica com uveíte e olho vermelho? Pense em Leishmaniose. O olho é um sistema de alerta do organismo.

Corpos Estranhos e Traumas Mecânicos: O Papel da História Clínica Detalhada

Um dos diagnósticos que mais nos dão satisfação, por serem de fácil e imediata solução, é a remoção de um corpo estranho. Uma pequena farpa, um grão de areia, ou até um pelo encravado podem causar uma dor intensa (o cão pisca e esfrega o olho compulsivamente) e uma vermelhidão focal. Se o corpo estranho estiver debaixo da terceira pálpebra ou da pálpebra superior, ele irá “raspar” a córnea a cada piscada, o que pode induzir uma úlcera linear ou pontual rapidamente.

A sua história clínica deve ser detalhada: “O que o cão estava fazendo antes de o olho ficar vermelho? Brincou no jardim? Saiu para passear em um dia ventoso?” Muitas vezes, o tutor não associa a atividade ao sintoma. O exame físico requer um bom iluminador e uma lupa (ou melhor, um oftalmoscópio com lente de aumento) para inspecionar cada reentrância da conjuntiva e pálpebras.

O manejo de um trauma mecânico agudo, como uma briga ou um choque contra um objeto, pode envolver mais do que uma simples vermelhidão. Pode haver hifema (sangue na câmara anterior), luxação do cristalino ou mesmo hemorragia vítrea. Nesses casos, a hiperemia é apenas a ponta do iceberg de uma lesão muito mais profunda, que requer estabilização da dor e encaminhamento para um especialista.

As Emergências Oftálmicas: Condições que Exigem Intervenção Imediata

Agora, mudando o foco, vamos falar de condições que você deve ser capaz de reconhecer e estabilizar em minutos, pois representam um risco real e iminente de cegueira. Quando a vermelhidão vem acompanhada de dor intensa e opacidade ocular, seu alarme deve soar alto.

Glaucoma: A Pressão Arterial do Olho e a Ameaça Silenciosa à Visão

Imagine o olho como um pneu. O glaucoma é o aumento da pressão intraocular (PIO) causado por um desequilíbrio entre a produção e a drenagem do humor aquoso. Quando essa pressão sobe rapidamente, ela comprime as estruturas internas, especialmente o nervo óptico, causando dor excruciante e perda de visão.

O olho com glaucoma agudo é tipicamente vermelho e doloroso, e a hiperemia é profunda, dos vasos episclerais. O paciente pode apresentar midríase (pupila dilatada e não responsiva à luz) e edema de córnea (o olho parece azulado ou turvo). Se o olho já estiver visivelmente maior (buftalmia), significa que o processo é crônico e a perda de visão é provável. Seu papel aqui é medir a PIO com um tonômetro – o valor normal é até cerca de $25 \text{ mmHg}$. Se a pressão estiver $40$, $50$ ou mais, você tem uma emergência.

O tratamento imediato visa a redução rápida da PIO usando diuréticos osmóticos (como o manitol, se o paciente não for cardiopata) e hipotensores tópicos (inibidores da anidrase carbônica). Lembre-se, se você não agir rápido para reduzir essa pressão, o dano ao nervo óptico é irreversível. O glaucoma é o ladrão silencioso da visão.

Úlcera de Córnea e Ceratites Graves: Quando a Transparência da Córnea é Comprometida

A córnea é como a janela de acrílico do olho. Ela precisa ser perfeitamente transparente. Uma úlcera de córnea é uma perda da integridade epitelial e/ou estromal. É, na prática, um “buraco” na superfície. O olho fica vermelho por causa da intensa inflamação e dor (blefaroespasmo).

A fluoresceína é o seu melhor amigo nesse cenário. A substância verde se adere ao estroma (a camada abaixo do epitélio) exposto, revelando o tamanho e a profundidade da úlcera. Uma úlcera que se aprofunda e atinge o endotélio, podendo levar à descemetocele (protrusão da Membrana de Descemet) ou até à perfuração, é uma catástrofe. Nesses casos de úlceras profundas ou infectadas (chamadas úlceras “melt”, pela rápida degradação), você precisará de antibióticos de amplo espectro, muitas vezes a cada 2 a 4 horas, e inibidores de colagenase.

Nunca, eu disse NUNCA, use corticosteroide tópico em um olho com úlcera de córnea. Ele é um acelerador de perfuração, pois inibe a cicatrização e permite que enzimas proteolíticas destruam o colágeno da córnea rapidamente. Você pode, literalmente, derreter o olho do paciente.

Uveíte: A Inflamação Intraocular e Sua Ligação com Doenças Sistêmicas

A uveíte é a inflamação da úvea, que compreende a íris, o corpo ciliar e a coroide. Como a úvea é altamente vascularizada, sua inflamação causa uma intensa vermelhidão. Diferente do glaucoma, a uveíte geralmente causa uma hipotonia ocular (diminuição da PIO) e pode apresentar miose (pupila contraída) e turvação na câmara anterior (o chamado flare ou sinal de Tyndall, que é a visualização de proteínas e células suspensas).

A uveíte é o maior exemplo de que o olho é um órgão-alvo. Ela é, na maioria das vezes, secundária a uma doença sistêmica: Doença do Carrapato (Erlichiose, Babesiose), doenças fúngicas, neoplasias ou até doenças autoimunes. Se você diagnostica uma uveíte, seu próximo passo é fazer um painel de doenças infecciosas e um hemograma completo no seu paciente.

O tratamento foca em controlar a inflamação com anti-inflamatórios (corticosteroides sistêmicos e tópicos, mas apenas se a fluoresceína for negativa!) e combater a causa sistêmica. Você não trata a uveíte isoladamente, você trata o paciente como um todo. É um desafio, mas a identificação precoce da causa é vital para o prognóstico.

O Olho Vermelho como Espelho de Doenças Sistêmicas

Voltando ao ponto de que o olho é um espelho da saúde geral, algumas condições causam vermelhidão crônica e são manifestações de falhas em outros sistemas do corpo.

Ceratoconjuntivite Seca (CCS): Falha na Barreira Lacrimal e o Ressecamento Crônico

A Ceratoconjuntivite Seca (CCS), ou “Olho Seco”, é uma condição em que há uma produção insuficiente da camada aquosa da lágrima, ou uma produção com qualidade ruim. Sem o filme lacrimal adequado para lubrificar e nutrir a córnea, o atrito e a irritação constante levam à vermelhidão crônica, desconforto e, se não tratada, à perda da transparência da córnea por pigmentação e vascularização.

O diagnóstico de CCS é feito através do Teste de Lágrima de Schirmer (TLS). Você coloca uma pequena tira de papel de filtro na pálpebra inferior por um minuto. Se a tira se molhar menos de $15 \text{ mm}$, você tem um diagnóstico de CCS. Raças braquicefálicas (Buldogues, Pugs, Shi Tzus) e Terriers são frequentemente afetadas.

O tratamento é vitalício. Ele envolve imunossupressores tópicos (como a Ciclosporina ou Tacrolimus) para estimular a produção de lágrima e lágrimas artificiais para lubrificação. É uma doença de manejo a longo prazo, e você precisa ser claro com o tutor sobre essa cronicidade.

Manifestações Oculares de Doenças Infecciosas (Cinomose, Leishmaniose)

Como eu mencionei antes, a hiperemia ocular pode ser um sintoma colateral de infecções graves. A Cinomose, por exemplo, é uma doença viral que causa uma panuveíte, ou seja, inflamação em todas as partes do olho. O olho pode ficar vermelho, com secreção abundante e turvo.

A Leishmaniose Visceral Canina é uma doença parasitária sistêmica que frequentemente causa manifestações oculares. A uveíte e a conjuntivite associadas à Leishmaniose são comuns em áreas endêmicas. Outras doenças transmitidas por vetores, como a Erlichiose e a Anaplasmose, podem causar vasculite e consequentemente inflamação e hemorragia na conjuntiva e no fundo de olho.

O olho, nesses casos, é o sinalizador de uma doença que exige tratamento sistêmico agressivo. Você nunca deve isolar o tratamento do olho. A resolução do problema ocular virá com o controle da doença primária.

Distúrbios da Pálpebra e Anexos (Entrópio e Ectrópio)

Às vezes, a causa da vermelhidão é puramente estrutural. O Entrópio é a inversão da margem da pálpebra para dentro do olho. Os pelos da pálpebra raspam a córnea e a conjuntiva a cada piscada, causando irritação crônica, dor, lacrimejamento e, claro, hiperemia constante. Isso é muito comum em raças como Shar-Pei e Chow-Chow.

O Ectrópio é o oposto: a pálpebra vira para fora, expondo a conjuntiva palpebral ao ambiente, que resseca, inflama e fica vermelha. Isso é frequente em cães de raças grandes e “pesadas” como o São Bernardo e o Bloodhound. Ambas as condições exigem correção cirúrgica para resolver a causa mecânica da irritação crônica e o risco de úlcera. Colírios são paliativos e não resolvem a causa-raiz.

Abordagem Diagnóstica e Ferramentas do Clínico Veterinário

Como um bom professor de clínica, eu insisto: a técnica diagnóstica é o que separa um bom clínico de um excelente. Você tem ferramentas simples e baratas que fornecem informações valiosíssimas.

Exames Essenciais: Teste de Schirmer, Fluoresceína e Tonometria

Quando você estiver examinando um cão com olho vermelho, realize sempre essa tríade, se possível.

  • Teste de Schirmer (TLS): Como já falamos, mede a produção lacrimal. Faça-o primeiro, pois outras intervenções (como a aplicação de colírios) podem alterar o resultado. Ele confirma ou descarta a Ceratoconjuntivite Seca.
  • Fluoresceína: Aplique o colírio de fluoresceína e, após lavar o excesso com soro, ilumine com uma luz azul cobalto. Se houver áreas verdes ou amareladas, você tem uma úlcera ou uma abrasão. Use essa ferramenta para descartar úlceras antes de pensar em anti-inflamatórios esteroidais.
  • Tonometria: Usando o tonômetro (que pode ser um Tonopen ou um tonometer de aplanação, se você tiver acesso), meça a Pressão Intraocular (PIO). É a sua confirmação ou descarte de Glaucoma. O olho vermelho e duro? Meça a PIO imediatamente.

Se o olho estiver com secreção purulenta, colete uma amostra para citologia ou cultura e antibiograma antes de iniciar qualquer antibiótico, para garantir que você está usando o agente correto contra a bactéria correta. Essa é a base do uso racional de antimicrobianos.

O Uso Racional de Colírios e Terapêuticas Sistêmicas

O tratamento do olho vermelho depende 100% do seu diagnóstico. Se for uma conjuntivite simples, talvez um colírio antibiótico e um anti-inflamatório não esteroidal (AINE) tópico sejam suficientes. Se for um glaucoma, você precisa de agentes hipotensores, como análogos de prostaglandina, beta-bloqueadores e inibidores de anidrase carbônica, tanto tópicos quanto sistêmicos.

A sua prescrição deve ser clara e direta. Lembre-se, o tutor precisa aplicar o colírio várias vezes ao dia. Frases curtas e objetivas: “Aplique 1 gota do colírio X a cada 6 horas por 7 dias. Não suspenda o tratamento antes do prazo.” A disciplina na aplicação é crucial para o sucesso da terapia.

Se a causa for sistêmica (como na Uveíte), o tratamento oral com corticosteroides sistêmicos ou antibióticos/antiparasitários é essencial, e o colírio é apenas um auxiliar para o conforto ocular. Você não pode, em hipótese alguma, deixar de tratar a causa de base.

Cuidados Preventivos e Monitoramento de Raças de Risco (Braquicefálicos)

A melhor medicina é a preventiva. Oriente os tutores a realizar a limpeza ocular diária com soluções oftálmicas neutras, especialmente nas raças de focinho curto (braquicefálicos) que têm os olhos mais expostos.

Cães como o Pug, Shi Tzu e Buldogue, devido à conformação da órbita rasa, têm maior risco de Ceratoconjuntivite Seca e de exposição da córnea, que podem levar à úlcera e ao olho vermelho crônico. O monitoramento regular da produção lacrimal e da PIO nessas raças deve ser parte da rotina de check-up. Nunca subestime a necessidade de consultas veterinárias regulares; elas permitem a detecção precoce de condições como a Ceratoconjuntivite Seca e o Glaucoma em fase inicial.

Comparativo Terapêutico: Produtos Comuns no Tratamento do Olho Vermelho

Para deixar nosso estudo ainda mais prático, vamos comparar três categorias de produtos comuns que o clínico encontra nas prateleiras para tratar a vermelhidão ocular, lembrando que a escolha correta depende sempre do diagnóstico:

CaracterísticaColírio Antibiótico Tópico (Ex: Tobramicina)Colírio Imunossupressor (Ex: Ciclosporina)Colírio Glicocorticoide (Ex: Dexametasona)
Indicação PrincipalConjuntivite Bacteriana, Profilaxia em Úlceras Superficiais.Ceratoconjuntivite Seca (CCS).Uveíte (após fluoresceína negativa), Conjuntivite Alérgica.
Mecanismo de AçãoInibe o crescimento/mata a bactéria.Estimula a produção de lágrima, Modula a resposta imune.Anti-inflamatório potente, Reduz a vasodilatação e dor.
Principal VantagemAção rápida contra patógenos.Trata a causa autoimune da CCS, Efeito de longo prazo.Alívio rápido dos sinais inflamatórios (dor e vermelhidão).
Principal Risco/AlertaDesenvolve Resistência se usado indevidamente.Efeito lento (pode levar semanas para resultados).PERFURAÇÃO DE CÓRNEA se houver Úlcera.
Uso em Úlcera de CórneaPermitido/Necessário (sem corticosteroide).Neutro/Pode ser usado concomitantemente.CONTRAINDICADO (risco de derretimento da córnea).

Conclusão: A Responsabilidade do Clínico na Preservação da Visão

Chegamos ao fim da nossa aula, meu aluno. Você agora entende que o cão com olho vermelho é um sinal clínico que exige uma abordagem metódica, rápida e fundamentada na fisiopatologia. Você não pode se dar ao luxo de tratar o olho vermelho com um “achismo” de colírio. A oftalmologia exige exames básicos – Schirmer, Fluoresceína e Tonometria – antes de qualquer prescrição potente.

A sua responsabilidade é máxima. Você é o guardião da visão do seu paciente. Se não for capaz de diagnosticar e tratar uma emergência como o Glaucoma agudo ou uma Úlcera de Córnea profunda nas primeiras horas, a perda visual pode ser permanente. Lembre-se de sempre humanizar a sua comunicação, usando exemplos claros e diretos com o tutor, e focando em insights práticos e acionáveis. Diga a eles o que você está procurando, por que está usando aquela gota verde (fluoresceína) e qual é o risco se o tratamento falhar.

Você está pronto para enfrentar a clínica oftalmológica com muito mais confiança. Agora, me diga, qual desses exames essenciais você acha que é mais negligenciado na rotina clínica e como você mudaria isso?

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