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Projeto de lei propõe licença remunerada por morte de pet: saiba mais

cachorro coçando o ouvido

Projeto de lei propõe licença remunerada por morte de pet: saiba mais

Projeto de lei propõe licença remunerada por morte de pet: saiba mais.

O Projeto de Lei 221/2023, em análise na Câmara dos Deputados, propõe uma mudança na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), visando permitir que o funcionário se ausente do emprego por um dia, sem prejuízo de salário, em caso de falecimento de um animal de estimação, cão ou gato.

Este benefício de afastamento valeria até três vezes por ano. A morte precisaria ser comprovada por um atestado feito por estabelecimento responsável ou por um médico veterinário registrado no Conselho Regional de Medicina Veterinária. Essa proposta visa a criação de uma Licença por Luto para animais de estimação.

Os autores do projeto, deputado Fred Costa (Patriota-MG) e o deputado licenciado Delegado Bruno Lima (SP), defendem essa licença para que as pessoas superem mais facilmente o processo de luto diante da morte dos seus animais de estimação e resolvam as pendências burocráticas.

Dentre essas pendências, eles citam a necessidade de entrar em contato com uma clínica veterinária ou com o centro de zoonose da cidade para fazer uma incineração, visto que não é aconselhado enterrar o corpo em casa e nem jogar o animal morto no lixo, pois isso pode contaminar o solo e lençóis freáticos.

Neste texto, vamos explicar detalhadamente sobre a proposta deste projeto de lei, os seus benefícios e desafios, bem como, os argumentos dos defensores e críticos da proposta. Vamos entender melhor como a licença de luto para animais de estimação pode influenciar a relação entre empregados e empresas, além de sua importância para a sociedade.

gato tomando agua
gato tomando agua

O que propõe o projeto de lei?

O projeto de lei em análise na Câmara dos Deputados, de número 221/2023, propõe uma alteração na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para a inclusão de uma licença remunerada de um dia para os tutores de cães e gatos em caso de falecimento do animal de estimação.

Cada profissional poderá utilizar o benefício até três vezes em um ano, desde que comprove a morte do pet com a apresentação de um atestado veterinário. A proposta vem para atender a necessidade dos tutores em um momento de luto pela perda de um membro da família, que é como muitos donos enxergam seus bichinhos de estimação.

Além disso, há também a questão burocrática envolvida no processo, já que é necessário entrar em contato com clínicas veterinárias e centros de zoonose para a incineração do corpo do animal, não sendo recomendado o enterro do pet no quintal de casa e nem o descarte no lixo.

Porém, entre as questões polêmicas que surgem com a proposta está a limitação ao benefício apenas para os tutores de cães e gatos e a necessidade de comprovação da relação entre o trabalhador e o animal, o que pode gerar conflitos com outras licenças trabalhistas já existentes.

Apesar disso, se aprovada, a licença se tornaria um direito do empregado e a concessão um dever da empresa, que em caso de recusa poderia ter que arcar com penalizações. A proposta encontra-se em tramitação na Câmara dos Deputados e continua gerando discussões sobre suas implicações e benefícios.

Comparação com outras licenças trabalhistas

O Projeto de Lei 221/23 propõe a adição de uma nova licença trabalhista para tutores de animais de estimação em caso de óbito do pet.

Mas como essa nova licença se equipara às outras licenças já existentes na CLT?

A Licença Nojo é uma licença de dois dias para parentes diretos ou dependentes financeiros em caso de falecimento.

Já a Licença Paternidade é de cinco dias úteis e tem como objetivo permitir que o pai tenha um tempo com o recém-nascido.

A Licença Maternidade pode ser de até 180 dias, dependendo da empresa e do acordo coletivo.

gato coçando o ouvido
gato coçando o ouvido

Empresas que negam licenças de qualquer tipo estão sujeitas a penalizações, como pagamento em dobro pelos períodos trabalhados durante a licença e indenizações por danos morais.

No caso da nova licença proposta, a concessão se tornará um dever da empresa, e a recusa pode resultar em indenizações e pagamento em dobro.

Embora a nova licença proposta pareça justa aos tutores de pets, há críticas à limitação da licença apenas aos tutores de cachorros e gatos.

Alguns especialistas argumentam que esse projeto desconsidera uma variedade de animais domésticos e o luto de seus tutores, o que pode gerar discussões sobre a amplitude dessa licença.

No entanto, para outros profissionais, a nova licença pode permitir que os tutores de pets sintam apoio durante um momento difícil e recebam um tempo para lidar com questões burocráticas, como a incineração do animal.

Em resumo, essa nova licença apresenta pontos importantes a serem discutidos e comparados com outras licenças trabalhistas para garantir uma abordagem equilibrada em relação aos direitos dos funcionários.

Discussão sobre a proposta

O projeto de lei que propõe licença remunerada por morte de pet tem gerado debate na sociedade, principalmente entre os tutores de animais, que defendem a iniciativa. De acordo com eles, o período de luto após a morte de um animal de estimação é real e precisa ser considerado pelos empregadores. A licença remunerada permitiria aos tutores mais tempo para se recuperarem emocionalmente e se dedicarem às questões burocráticas envolvidas no processo de perda.

Discussão sobre limitação apenas a cães e gatos

Por outro lado, a proposta também tem gerado críticas em relação à limitação do benefício apenas para tutores de cães e gatos. Muitos defendem que outros animais de estimação, como aves, hamsters e peixes, também fazem parte da família e merecem o mesmo tratamento. Além disso, há quem questione a definição de animal de estimação, uma vez que muitos animais são criados em fazendas e sítios e também podem gerar laços emocionais.

Desafios para a execução da lei

Outro ponto crítico da proposta diz respeito aos desafios práticos para a execução da lei. O principal deles é a dificuldade de comprovação da relação existente entre o tutor e o animal de estimação, o que pode gerar situações de fraudes. Além disso, a criação de um registro oficial de animais de estimação para viabilizar a lei seria complicada e cara, e poderia gerar conflitos com outras licenças trabalhistas existentes.

gato com pulga
gato com pulga

Em resumo, embora a proposta de licença remunerada por morte de pet tenha gerado discussões em torno de sua aplicabilidade, a grande maioria concorda que a perda de um animal de estimação pode ser tão dolorosa quanto a perda de um parente próximo. Por isso, é importante que empregadores e sociedade como um todo considerem o luto dos tutores de animais e promovam medidas que facilitem esse processo.

O que os defensores da proposta argumentam?

Processo de luto pelo falecimento de pets

Muitos tutores de animais de estimação consideram seu pet parte da família e sofrem com a perda do animal como se fosse um parente próximo. Por isso, os defensores da proposta argumentam que a licença remunerada seria de grande ajuda para lidar com o processo de luto. O benefício permitiria que o tutor tenha tempo para se recuperar emocionalmente e possa voltar ao trabalho sem prejuízos emocionais e psicológicos.

Questões burocráticas envolvendo o falecimento

Os defensores da proposta também citam as questões burocráticas e práticas que envolvem o falecimento de um animal de estimação. O processo de obter um atestado veterinário comprobatório do falecimento e lidar com a destinação do corpo pode ser traumático e difícil para tutores de pets enlutados.

A licença remunerada, portanto, permitiria que o tutor se concentre nessas questões com maior tranquilidade.

Impacto na saúde pública

Por fim, os defensores do projeto de lei argumentam que a licença remunerada ajudaria a evitar problemas de saúde pública. A destinação inadequada do corpo do animal de estimação pode gerar riscos ambientais e de saúde, como a contaminação de solos e lençóis freáticos. A ausência remunerada permitiria que o tutor se organize para fazer a destinação correta do corpo do pet sem prejuízos financeiros.

O que os críticos da proposta argumentam?

Dificuldades na comprovação da relação com o pet são apontados pelos críticos da proposta de lei que visa conceder licença remunerada por morte de animal de estimação.

Ao contrário da Licença Nojo, que já tem critérios estabelecidos, essa permissão demandaria uma estrutura oficial de registro dos animais de estimação, o que não existe atualmente. Isso poderia gerar problemas na execução da lei, e talvez até gerar conflitos com outras leis trabalhistas.

Outro ponto controverso é a escolha de limitar o direito apenas a tutores de cães e gatos, o que desconsidera outros animais domésticos, como coelhos, hamsters, tartarugas e peixes, que podem ser muito queridos por seus donos. Tal limitação poderia acirrar debates em relação à abrangência da motivação da licença.

Por fim, alguns críticos apontam a questão das possíveis conflitos com outras licenças trabalhistas, como a licença paternidade e maternidade, que já geram discussões e dificuldades em sua execução. A inclusão de mais licenças poderia piorar o quadro, além de gerar um ônus financeiro para as empresas que teriam que contratar mais pessoas para suprir a ausência dos funcionários de licença.

Apesar dessas questões, é importante lembrar que o projeto de lei ainda está em análise e precisa passar por diversas etapas para se tornar lei. O debate é necessário e deve incluir a opinião de especialistas em Direito do Trabalho, Direito dos Animais e outros campos relacionados.

No fim, a ideia é garantir um tratamento justo e digno não apenas para os tutores de cachorros e gatos, mas para todos os que sofrem com a perda de um animal de estimação.

Conclusão

O projeto de lei 221/2023 propõe a inclusão de uma licença remunerada de um dia para tutores de cães e gatos que precisam lidar com o luto pelo falecimento do animal de estimação. A licença é limitada a três dias por ano e precisa ser comprovada por atestado veterinário. O texto propõe a inclusão da medida na Consolidação das Leis do Trabalho, tornando-a um direito do empregado e um dever da empresa.

O projeto de lei pode ser visto como uma forma de reconhecer a importância dos animais de estimação na vida de seus tutores. A morte de um pet pode ser tão devastadora quanto a de um parente direto, e é importante que as pessoas tenham tempo para se recuperar emocionalmente. Além disso, a licença irá ajudar os tutores a resolver questões burocráticas preciosas neste momento difícil.

No entanto, o projeto de lei levanta questionamentos, como a limitação da licença apenas para cães e gatos e a dificuldade em comprovar a relação entre o tutor e o animal. A criação de uma estrutura de registro oficial de animais de estimação pode ser um desafio, mas também pode gerar benefícios para a saúde pública. É importante discutir a inclusão de outros animais na proposta e encontrar uma forma de comprovar a relação entre tutor e pet.

O projeto pode trazer mudanças para a relação entre as empresas e seus funcionários e incentivar uma cultura mais acolhedora e empática.

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